Não sei há quanto
tempo estão aqui. Parecem séculos. Todos em minha casa estão mortos. A única
lembrança que me resta deles é o grito de agonia antes de cada último suspiro.
Ironicamente, a escuridão é tudo o que me protege, mas sei que não será por
muito tempo. Batem em minha porta, com mais e mais força, até que esta se
quebra. Vejo luzes, devem ser lanternas. Corro para o quarto, com uma faca na
mão. Ouço passos, percebo que são mais de dois. Talvez, devesse ataca-los
também, mas sei que não tenho chances. Então, tudo em minha cabeça faz sentido:
não estão todos mortos em minha casa, falta um. Aponto a faca ensanguentada
para meu peito e, com toda a minha força, a faço atravessar por entre minhas
costelas. Não sabia que doía tanto, e já não consigo respirar. Enquanto minha
visão escurece, vejo os policiais entrando em meu quarto.